terça-feira, 26 de outubro de 2010

A tristeza é uma maneira da gente se salvar depois


Pierre,Pierre,Pierre,Pierre... Será q todos os personagens, dos textos q leio te q se chamar Pierre? Por que não se chamam João, Fellipe, Gustavo, Breno ou qualquer outro nome?! porque tem q ser justamente Pierre?
Eis que estou em casa em casa, em uma sexta a noite estudando, eu poderia estar no Morma, bebendo de bem com a vida, com alguns bons amigos, Mas não, aqui estou eu, preparando minha aula para segunda feira, como se isso não fosse suficiente ainda me resta essa TPM. Mas tudo bem, a vida é feita de escolhas.... Então abro alguns livros de 5° e 6° serie, a procura de alguns textos dos quais, eu possa utilizar, em minha aula... Caramba, parece q todos os autores, perderam a criatividade e escolheram, esse nome lindo, incrível, que eu quero e preciso esquecer tanto. Fecho os livros decepcionada comigo mesma, por não conseguir manter-lo, afastado de mim. Acabo desistindo de preparar a aula, é melhor deixar para amanhã, afinal é sábado, e como não vou para a academia, por conta de uma senhora TPM, e consequentemente; seios e pernas, coloridos e inchados e a alma congelada presta a degelar...que não me deixam fazer muitas coisas. Então é melhor ficar em casa e dormi.
Mas hoje ainda é sexta feira, vou aproveitar e estudar francês, a professora Tânia ficaria feliz, e me olharia, com aqueles pequeninos olhinhos gentis e sorreria afetuosamente, como uma boa mãe. Então vamos lá... Vouz prenez la rue en fase vouz (que será q ele ta fazendo?) Droga!!! O francês elminha... o francês!!! hum... vouz tornez a gouche, travessé la place de la liberté... (Quem será a vaca que ele ta namorando???) não, não, e não assim não dá, desse jeito não tem como!!!! não consigo nem me concentrar!!
Ligo a TV e lá está o Jô todo de branco, parecendo muito mais gordo, que de fato é, entrevistando um grupo de humorista, chamados "Os três barbicha", eles até q são engraçados, por alguns momentos eu consigo sair da minha batalha épica. Até que no meio da entrevista o jô se em banana, tentando pronunciar um dos nomes, que é meio estranho, e o humorista, diz q o jô pode chama-lo do q quiser, e adivinhem só do q o Jô o chama? Isso mesmo... Pierre! Parece até q ele ta curtindo com a minha cara, eu até o vejo olhar para mim e sorrir... Desligo a TV, eu não posso conviver com a ideia do jô me tirando para pagode.
Ando de um lado para o outro em meu quarto a procura de alguma coisa para fazer, qualquer coisa que me mantenha longe dele, qualquer coisa q não me faça pensar nele ou essa cascata ira romper, e sinceramente me apavora, a ideia dele, me fazer chorar. Olha a minha mesa de estudo, a pouco abandonada e vejo o meu som, sorrindo para moi, musica? que mal pode me fazer? além do mais, boas musicas sempre me relaxam. Caminho despreoculpadamente e ligo o meu rádio. Tem alguém falando sobre festa de aparelhagem, o super pop vai tocar em algum lugar de salinas. Mudo de emissora e tem uma voz, ou melhor, duas vozes... Cazuza e Bebel cantando "preciso dizer que te amo" . As vozes são tão doces, tão harmoniosas e eu me deixo levar pela melodia, tal qual um naufrago se deixa embalar pelo canto de uma sereia... Então meu ajuizado ego pede, desperadamente para eu voltar a escutar o comercial, do super pop. Ele quase chega a me convencer, então surge minha Id, essa garotinha sapeca e me chama de ridícula, medrosa e me pergunta até quando eu vou negar e fugir dos meus sentimentos. E eu continuo ali escutando aquela musica, que é um verdadeiro retrato de nós dois. Inebrio-me ao recordar cada mínimo detalhe de seu rosto, cada sorriso seu. Em meu peito começa a se forma uma dor e sinto cada ponto daquele buraco negro, que há meses venho tentado fechar, se romper. Então eu espero a cascata, eu sei que as lágrimas viram, as lágrimas que reprimi durante toda a semana, lágrimas, que escondi com sorriso amarelos.... Vocês são bem-vindas agora... agora são, então sem reserva me entrego e choro....Choro até minha cabeça doer e meu nariz ficar congestionado, até meus pequeninos e tristes olhos firarem inchados, até meus livros ficarem molhados. Nessa luta vã, adormeço cansada de tanto chorar e de lutar com esses sentimentos.
Não me lembro de ter sonhado, não me lembro das picadas de carapanã em minhas pernas, não me lembro de estar sentada em uma cadeira desconfortável, não me lembro de minha cama quente e confotável, apenas a um metro de mim, muito menos as dores deixadas pelos arames dos cadernos em meu braço, não sinto incomodo nenhum, por ter adormecido em cima dos meus livros na minha mesa de estudo. A única coisa que sinto, é paz. Uma paz tão grande, como há muito não sentia, foi como se durante o sono milhares de anjo tivessem vindo me abraçar. Sinto meus ombros leves e as duas da madrugada tenho vontade de sorrir, cantar e dançar...E já não há mais tristeza, não há buraco, não há cicatriz, não há choro, não há Pedro, não há ninguém, não há nada... Há apenas Paz... Cazuza continua cantando, como se houvéssemos marcado um encontro para essa noite. Agora ele diz: "Pra que tentar, mentir que terminou, tentar ficar amigos sem rancor, a emoção acabou, que concidência é o amor, nossa musica nunca mais tocou.." Mas, não há rancor, só amor... muito amor!!!
Belém, 17 de setembro de 2010

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