sábado, 24 de março de 2012

Au revoi mon grand père...

Meu avô morreu na madrugada de uma terça feira as 5:30 do dia 13 de Março de 2012. Caia uma leve chuva, coisa que não acontecia a muitos dias na pacata cidade de Capitão Poço; foi como se o universo estivesse em silêncio por sua partida. Ele já havia sofrido muito, sua morte já era esperada por toda a família e amigos. Meu avô ia fazer 80 anos em Julho... Tudo começou com uma simples pnamunia, depois evoluiu para efizema pulmonar e coração grande, e de brinde, ainda tinha a diabete, que ele jamais cuidou, mesmo com todos os protestos dos Lima, tudo por conta, da famosa teimosia , nossa marca, na família. Eu tinha ido na sexta feira para Capitão Poço, tinha até planejado voltar no domingo, mas quando vi a real situação do meu avô, não conseguir sair de lá... Quando cheguei no hospital no sábado para visita-lo ainda conseguir tomar sua bênção e ele me abençoou. Ele mal conseguia falar, tava tão debilitado, tão diferente do avô que eu sempre encontrava, nas minhas raras viagens a capitão poço. Todas as vezes que eu chegava na sua casa ele, fazia a maior festa, me chamava de 'minha pequeninina', devido eu não ser tão pequena assim... As vezes ele me sufocava, com sua alegria e seus abraços... E agora ele tava ali, tão sem vida, tão sem forças. E tinha decidido a não ir mais visita-lo, no hospital, não queria vê-lo sofrer. Mas na manhã de domingo, ele passou o tempo todo perguntando por mim, para a minha mãe e minha tia Cleia. Então eu não tive outra opção a não ser ir vê-lo. A essa altura os médicos já haviam lhe desenganado, agora só Deus... A Medica disse para a familia dar bastante carinho, e lhe fazer todas as vontade. Minha vó ficou desolada, ia fazer 60 que eles estavam casados, mas mesmo assim ela foi muito forte, muito guerreira, conseguiu organizar tudo que tinha para organizar... Na segunda feira fui dormi, na casa de uma tia, um pouco afastado da casa da minha avó, pois a sua casa estava muito cheia, os 10 filhos, (meus tios), praticamente se mudaram para lá, sem contar que tinha primos e pessoas da família chegando e saindo o tempo todo. A medica do meu avô também tinha liberado a entrada da família a hora que quisesse no hospital, então era gente revesando a toda hora no hospital. Eu desde que cheguei lá não tinha conseguido descansar, tava muito gripada e ainda por cima rouca. Então fui Dormi na casa da tia Darça, as 5:35 da madrugada o meu telefone tocou, chovia... tudo parecia tão calmo... Era a minha irmã me contando que meu vô tinha passado pelo vale da sombra e da morte e eu nunca mais veria seu sorriso, não teria seu abraço de urso e não sentiria sua barba mal feita roçando no meu rosto... Eu dormia com minha prima, e choramos juntas, por quanto tempo não sei. Quando chegamos na casa da minha vó, todo mundo chorava muito, a essa altura eu tava muito preocupada com minha mãe, pois ela não tava se alimentando e dormindo direito, ela não saia do lado meu avó, por nem um momento. Perguntei por ela, a uma tia, e ela me disse que mamãe tava no hospital, então pedi a um primo que me levasse até lá. Quando cheguei, o corpo do meu avó tava enrolado em um lençol branco, ele tava tão diferente, quase não parecia com ele, uma cena tão triste... Depois chegou o caixão e colocaram no carro da funerária, eu fui logo atras em outro carro com minha mãe, ela chorava, muito muito mesmo, eu fiquei ali, ao seu lado, tentando ser forte e passando a maior força que eu podesse a ela. Do hospital a casa da minha avó de carro, são 5 minutos, mas naquela manhã pareceram horas. No velório, a toda hora tinha gente chegando, primos, primas, sobrinhos de 2° e 3° grau, tios, tias, muitos que eu nem conhecia.... Meu avô foi enterrando na manhã de quarta feira, de baixo de uma leve camada de chuva. Depois do enterro retornei a Belém, desolada e com uma única certeza... È necessário estar sempre embriagado, de vinho, poesia ou virtude... pq a vida é breve!!!

Quando vc acha que tudo vai...

entrar nos eixos, vem a vida e te mostra que vc ainda tem muito que caminhar, para poder chegar lá...

È preciso estar sempre embreagado...

Postei esse dois poemas o primeiro do poeta francês Baudelaire e o segundo do tbm poeta brasileiro Vinicius de Moraes, pq na primeira vez que fui ver meu avô, no hospital, não conseguia parar de recita-los internamente... Eu via meu avô naquela cama sofrendo, lutando para conseguir vencer a morte, e não parava de pensar: é preciso aproveitar a vida, é preciso aproveitar a vida...

domingo, 18 de março de 2012

È preciso estar sempre embriagado

" Eis aí tudo: é a única questão. Para não sentirdes o horrível fardo do Tempo que rompe os vossos ombros e vos inclina para o chão, é preciso embriagar-vos sem trégua. Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira. Mas embriagai-vos. E se, alguma vez, nos degraus de um palácio, sobre a grama verde de um precipício, na solidão morna do vosso quarto, vós acordardes, a embriaguez já diminuída ou desaparecida, perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que foge, a tudo que geme, a tudo que anda, a tudo que canta, a tudo que fala, perguntai que horas são; e o vento, a onda, a estrela, o pássaro, o relógio, responder-vos-ão: 'É hora de embriagar-vos! Para não serdes os escravos martirizados do Tempo, embriagai-vos: embriagai-vos sem cessar! De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira'."

Charles Baudelaire

O Haver

Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura
Essa intimidade perfeita com o silêncio
Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo
- Perdoai!eles não têm culpa de ter nascido...

Resta esse antigo respeito pela noite, esse falar baixo
Essa mão que tateia antes de ter, esse medo
De ferir tocando, essa forte mão de homem
Cheia de mansidão para com tudo que existe.

Resta essa imobilidade, essa economia de gestos
Essa inércia cada vez maior diante do Infinito
Essa gagueira infantil de quem quer exprimir o inexprimível
Essa irredutível recusa à poesia não vivida.

Resta essa comunhão com os sons, esse sentimento
Da matéria em repouso, essa angústia da simultaneidade
Do tempo, essa lenta decomposição poética
Em busca de uma só vida, uma só morte, um só Vinicius.

Resta esse coração queimando como um círio
Numa catedral em ruínas, essa tristeza
Diante do cotidiano; ou essa súbita alegria
Ao ouvir passos na noite que se perdem sem história...

Resta essa vontade de chorar diante da beleza
Essa cólera em face da injustiça e do mal-entendido
Essa imensa piedade de si mesmo, essa imensa
Piedade de si mesmo e de sua força inútil.

Resta esse sentimento de infância subitamente desentranhado
De pequenos absurdos, essa capacidade
De rir à toa, esse ridículo desejo de ser útil
E essa coragem para comprometer-se sem necessidade.

Resta essa distração, essa disponibilidade, essa vagueza
De quem sabe que tudo já foi como será no vir-a-ser
E ao mesmo tempo essa vontade de servir, essa
Contemporaneidade com o amanhã dos que não tiveram ontem nem hoje.

Resta essa faculdade incoercível de sonhar
De transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade
De aceitá-la tal como é, e essa visão
Ampla dos acontecimentos, e essa impressionante

E desnecessária presciência, e essa memória anterior
De mundos inexistentes, e esse heroísmo
Estático, e essa pequenina luz indecifrável
A que às vezes os poetas dão o nome de esperança.

Resta esse desejo de sentir-se igual a todos
De refletir-se em olhares sem curiosidade e sem memória
Resta essa pobreza intrínseca, essa vaidade
De não querer ser príncipe senão do seu reino.

Resta esse diálogo cotidiano com a morte, essa curiosidade
Pelo momento a vir, quando, apressada
Ela virá me entreabrir a porta como uma velha amante
Mas recuará em véus ao ver-me junto à bem-amada...

Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto
Esse eterno levantar-se depois de cada queda
Essa busca de equilíbrio no fio da navalha
Essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo
Infantil de ter pequenas coragens.


Vinicius de Moraes

No ônibus a caminho de capitão buraco...

um dia todas as pessoas que amamos vão partir e por mais difícil que isso seja é necessário deixar que o outro se vá... Meu avô ta numa cama de hospital lutando se agarrando a vida ou melhor, o resto que lhe resta. E não foi um bom marido, não foi um bom pai e possivelmente não foi um bom filho. Mas mesmo assim toda a família está reunida em volta de seu leito para lhe dizer o ultimo adeus... Pois o amor é um sentimento que por vezes não se explica, não se conjuga, apenas se sente. Na verdade nem sei se ele partira agora, como diz o ditado: vaso ruim não quebra ... rsrsr Eu talvez pareça insensível ao escrever essas coisas, mas são apenas minhas verdades sinceras. Da qui a pouco verei minha avó lhe darei um abraço bem forte, para espantar toda tristeza que ela ta sentindo, pq ela, ama de verdade me avô... Como eu disse antes o amor por vezes não é algo que se possa explicar...

Tu me manque


"Nunca mais vou gostar de você, nunca mais Nunca mais. Entre nós não dá mais, nada mais. Mas, se alguém perguntasse eu diria: Queria, queria Muito mais do que um sonho seria capaz. Muito mais do que já nos sacia e apraz. Mas depois de tamanha alegria, eu sei que eu sofreria, muito mais, muito mais, muito mais, muito mais. Nunca mais vou pensar em você, nunca mais, tanto faz um a mais entre tantos finais. Eu não vou semear fantasias e melancolia, Nunca mais, nunca mais, nunca mais, nunca mais meu amor. Vou tentar deixar de lamentar saudade de você pra sempre. Vou deixar de ter tristeza por não ter você "

seis de mars de 2012

Eu quero muito, muito, muito o Rô, ele é lindo, gentil, educado,e ainda tem o bocão... para ser imperfeito e eu realmente estar apaixonada por ele só falta ele ser gay, ja que meu histórico amoroso é uma comédia, devido a 10 amores 9,9 serem gay, devido a minha tendência a homens gentis, educados,...rsrsrsr tenho vontade de rir e rir muito alto. Ontem tava toda triste por causa do vinc... hum... meu coração agora doeu só de pensar nele. Acho melhor parar por aqui!!!

03 de mars de 2012

Hoje é meu ultimo dia na loja... ontem houve despedida com direito a coca cola e nega maluca, mas é hoje que terei de dizer até logo. E o que fica no peito é a certeza que fiz a escolha certa. Agora é necessário fechar esse ciclo e seguir em frente, mas esse inicio de ano foi muito bom, tive a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas e aprender muito com elas. Fiz amigos de verdades e fortaleci laços... vamos seguindo em frente!!!

Tu me manque!!



"Onde andarás nesta tarde vazia. Tão clara e sem fim. Enquanto o mar bate azul em Ipanema. Em que bar, em que cinema te esqueces de mim Eu sei, meu endereço apagaste do teu coração já não serve pra nada a janela . A cortina amarela, perdi meu amor E é por isso que eu saio pra rua Sem saber pra quê Na esperança talvez de que o acaso.Por mero descaso me leve a você Na esperança talvez de que o acaso Por mero descaso me leve… eu sei"

le deux mars 2012

Como pode tudo fazer vc lembrar aquela pessoa que vc não queria e não quer lembrar... Coisas corriqueiras como, o pão matinal "O roseta", ou o numero 25 em francês, coisas simples até para uma criança. Agora por exemplo estou no carro de uma amiga e estar tocando brega e inevitavelmente me lembro dele, pois nunca escutei tanto brega na minha vida como escutei quando ele estava aqui. Não apenas isso como o fato de ser impossível para ir ao mormaço lugar que sempre amei, e que ano passado passei maior parte dos meus fins de semana com ele. Agora é impossível entrar sem ele, sem não sofrer por sua ausência. Eu começo a achar que se ele não tivesse partido, seguramente, seria o meu coração partido agora... Então por mais que sua ausência me doa e qualquer coisa me remeta a sua lembrança, eu sei que é melhor assim. Com o tempo e o passar do tempo, tudo não passara de recordações la no fundo das minhas mais belas recordações, que me farão sorrir com saudades, mas alegria também de poder ter vivido momentos tão felizes na minha juventude. Mas hoje, tudo isso ainda é muito recente, e ele ainda me faz muita falta!!