quarta-feira, 20 de junho de 2012

De éternelle et belle il y a jusque le rêve

Têm alguns laços que depois que quebram, não tem como emendar sem deixar marcas, mesmo pequena e quase invissivel elas vão estar sempre lá... presente! Acho que todo mundo, que me conhece um pouquinho, sabe que eu não tenho uma boa relação com a minha mãe, não porque eu fique falando dos imumeros problemas que temos, até mesmo pq só temos um problema a falta de dialogo. Eu cresci tendo que aprender a me virar sozinha, a cuidar de mim e das minhas dores. Minha mãe nunca deixou faltar o alimento, a roupa, o estudo, mesmo tendo que trabalhar muito, sempre deu uma vida decente para mim e para os meus 3 irmãos. Acho que a única coisa que ela esqueceu de me dar foi amor. Eu sou a terceira filha e a segunda mulher. Mas foi sempre a minha irmã mais velha que ela deu carinho, afeto, PROTEÇÂO, amor, companheirismo. Era sempre, pra minha irmã o sapato mais bonito, a roupa mais jovial. Afinal de contas, minha irmã era linda e magra, enquanto eu era o patinho feio da família... um sentimento, diga-se de passagem, que me acompanha até os dias atuais. Eu fui crescendo e aprendendo a contar e a confiar só em mim, a nunca esperar amor das pessoas, ou me apega a elas. Cresci sabendo que tudo acaba. Que de eterno e belo há apenas o sonho. Minha mãe sempre teve muito cuidado com minha irmã pq ela sempre era linda de corpo, de rosto e de personalidade também. Eu cresci agressiva, atacando para me defender, e gorda, feia... Comecei a engorda mais ou menos ao 9 anos de idade. Descontei na comida, todas as minhas frustrações e alguns transtornos que sofri na infância, prefiro não comenta-los agora, eu não estou preparada pra isso!!! Mas juro que gostaria de esquece-los de apaga-los da minha cabeça e ser um ser humano normal... Feliz! Mas não dá, eu não consigo. Ainda hoje tenho reflexo dos traumas da infância na minha vida adulta. Todas as vezes que precisava da minha mãe, ela sempre estava ocupada demais com o trabalho, a família dela e a minha irmã. Eu cresci só, e me tornei uma pessoa sozinha. Não que eu não tenha amigos, não saia, não me divirta. Na verdade sempre fui o centro das atenções aonde cheguei, pq sou comunicativa, gentil e educada. Quando falo que sou só, quero dizer com isso, que jamais conseguir me abrir com as pessoas, confiar nelas, falar de mim, dos meus problemas dos meu traumas. Até mesmo pr sempre tive pavor de PIEDADE. As pessoas me conhecem superficialmente... Agora que minha irmã casou, e foi morar longe, as vezes minha mãe tenta atravessar essa parede de concreto que há entre nós duas. Mas eu não consigo permitir, não consigo confiar, pq a impressão que tenho é que se eu deixar, em algum momento ela vai usar o que eu disser contra mim. Como fez quando eu tinha 12 anos e fiquei menstruada, ela simplesmente chegou no meio de toda a família dela e falou "minha filha já suja a calcinha". Quase morri de vergonha e raiva. Eu amo minha mãe, mas nunca tentei mascarar os seus defeitos, ela por exemplo adora se fazer de vitima, de ser a madre Teresa de Caucutar dos anos 2000. E eu sei que ela não é assim, essa pessoa boa e virtuosa que as vezes tenta se pintar, eu não tenho paciência, não tenho tolerância pra essas coisas. Um dia talvez agente consiga se dar bem de verdade, consiga sentar e conversar como mãe e filha, confiar uma na outra. Mas hoje tá foda, hoje nem a magoa e nem a tristeza não são passageiras...

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